Em março de 2020, os estudantes dos EUA passaram a ter um ponto em comum: estavam todos inesperadamente estudando de casa, em um ambiente virtual e remoto, enquanto o país respondia ao rápido surgimento da covid-19. Mas essa é a única semelhança. Todos eram obrigados a estudar de casa, mas muitos não tinham as condições de vida ideais para garantir a eficácia dessa modalidade. Além disso, o acesso dos estudantes à tecnologia pode ser extremamente desigual.
Compilamos alguns insights dos profissionais que estavam na linha de frente para saber como se adaptaram à nova situação de aprendizado, seja virtual ou híbrido, e as etapas realizadas para assegurar o acesso dos estudantes à tecnologia. A Dr. Kim Oppelt, diretora de amparo e comunidade da Class, organizou recentemente uma discussão sobre o acesso na educação online. Os participantes foram:
- Martin McGuire, diretor e líder de edtech da Chicago Public Schools, um distrito com mais de 355.000 estudantes.
- LeAnn Slama, diretora de pessoal da Colorado Springs School District 11, que conta com 24.500 estudantes.
- Michael Walker, diretor do Office of Black Student Achievement da Minneapolis Public Schools, um distrito com 32.000 estudantes.
Cada um dos membros do painel representa diferentes distritos e lida com tamanhos de sistema e características demográficas diferentes. No entanto, boa parte das experiências foi similar, especialmente no que diz respeito a aprender a trabalhar com novas soluções tecnológicas para tornar o aprendizado virtual possível durante a pandemia.

Desafios da educação à distância
É justo afirmar que todos os estudantes sofreram em certa medida com os transtornos causados pela pandemia e por passar para o aprendizado remoto ou híbrido. Inicialmente, os distritos escolares enfrentaram desafios relacionados ao acesso à tecnologia e ao Wi-Fi para viabilizar o ensino remoto.
Os alunos negros, assim como os de baixa renda ou em ambientes domésticos problemáticos, foram os que mais sofreram. A situação resultou em um foco mais elevado no acesso igualitário à tecnologia na educação, tanto agora quanto no futuro, e despertou uma maior conscientização sobre os desafios enfrentados por diversas famílias.
A falta de acesso à internet para os estudantes foi um enorme obstáculo. Durante a discussão, McGuire observou que mais de 110.000 dos 355.000 estudantes do distrito não tinham conexão com a internet no início da pandemia. Esse foi um desafio que exigiu medidas imediatas do distrito, que buscou proporcionar acesso aos estudantes por meio de um esforço colaborativo entre o sistema escolar e a comunidade. “Foi difícil, mas agora estamos no caminho certo”, afirma.
Walker destacou que o acesso dos estudantes ao aprendizado online foi além da conexão à internet. Por exemplo, em muitas famílias, várias pessoas estudavam ou trabalhavam de casa ao mesmo tempo, o que diminuía o desempenho do Wi-Fi.
A curva de aprendizado dos estudantes e professores foi acentuada no começo, mas esses e outros sistemas escolares rapidamente despertaram para o desafio. Houve um grande aprendizado durante o processo.
Acesso dos estudantes à tecnologia: lições aprendidas
Walker confessa que, no decorrer do processo, aprendeu a desacelerar e escutar. “Dê ouvidos aos estudantes. Dê ouvidos às famílias. Se fizermos as perguntas certas, eles nos dirão do que precisam. É nosso dever encontrar formas de sanar essas necessidades.”
Essa abordagem de escuta e aprendizado não estava totalmente relacionada a ministrar as aulas. Os sistemas escolares também nos procuraram para saber como as famílias estavam. Em Minneapolis, isso envolveu “ligar para os alunos, para as famílias, e perguntar como estavam, como iam as atividades físicas e como resolviam as questões de espaço dentro de casa. Era importante fazer isso demonstrando real interesse”.
Os sistemas também aprenderam a se adaptar e aceitar a ambiguidade e um estado de futuro incerto.
Como comentou Flama, “Aprendemos que podemos ser ágeis”. O sistema escolar implementou sua iniciativa de laptops em apenas alguns meses. Contudo, a própria admite que “não basta levar as tecnologias para o aluno para atender às suas necessidades”. Isso, nas palavras dela, “tem sido um desafio”.
Em resposta à crise, os sistemas escolares se uniram às comunidades e outros colaboradores para atender às necessidades de alunos sem acesso à tecnologia.
“Temos parceiros que nos procuraram para oferecer ajuda”, comemora McGuire. Seu distrito escolar estabeleceu parcerias com estações de TV locais, que disponibilizaram tempo no ar para transmitir parte das aulas. “Reformulamos boa parte do que tínhamos feito e disponibilizamos para transmissão.” Um canal ofereceu informações inteiramente em espanhol. O diretor comentou que parcerias como essa foram muito importantes.
Pensando no futuro, esses administradores não veem a hora de retomar o ensino presencial, mas também reconhecem o valor da educação à distância, viabilizada pela tecnologia. Em especial, enxergam um lugar para a tecnologia no treinamento para professores e outros funcionários.

Um olhar para o futuro
McGuire revela que “seria um prazer ter alguns dias só com atividades online. Isso provavelmente seria uma boa ideia para podermos manter todos aclimatados às tecnologias e ao modelo, conservando o investimento no desenvolvimento profissional, para que possamos ser mais bem-sucedidos nesse ambiente”.
Eles percorreram um longo caminho no ano passado e têm orgulho das conquistas alcançadas.
“Sinto muito orgulho por termos transformado os aprendizados do ano em grandes mudanças. Tomara que se tornem permanentes”, comemora Slama.
“Espero que encontremos meios para os alunos não perderem tempo de estudo, mesmo que fiquem impedidos de usar a escola”, declara Walker. “Precisamos usar a tecnologia disponível para assegurar que os alunos aprendam o conteúdo, estejam conectados aos seus professores e tenham aulas todos os dias.”
É nesse ponto em que ferramentas como o Class entram em ação, demonstrando ser um recurso prático de alto nível para sistemas escolares e estudantes de todos os tipos.

Um futuro com o Class
Com a transição para o modelo online, o ensino ficou mais complicado. Mesmo coisas simples como fazer chamada, aplicar um questionário ou trabalhar em pequenos grupos se tornaram desafios para professores e alunos. A Class analisou profundamente as desvantagens tradicionais do aprendizado online e descobriu maneiras de tornar a sala de aula virtual mais interativa, envolvente e ágil nas respostas às necessidades dos estudantes. Ela reuniu todos os melhores recursos da sala de aula e os inseriu no Zoom, uma tecnologia com a qual os estudantes e professores já estavam familiarizados de certo modo.
No decorrer do último ano, pensamos bastante no que o futuro reserva para a sala de aula virtual. E, especificamente, pensamos em como o ambiente virtual e o acesso dos estudantes à tecnologia impactam a igualdade na escola e fora dela.
Se quiser saber sobre as perspectivas de McGuire, Slama e Walker, não perca o webinar.